DeFi: Finanças, mas nem sempre descentralizadas?

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Guy Brandon

17 September, 2020

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Como falado em um recente post no blog, DeFi – finanças descentralizadas, em inglês – podem e serão usadas de qualquer forma que desenvolvedores e o mercado acharem melhor. Essa é a natureza de sistemas abertos e descentralizados. Não se pode impedir isso, e há um forte argumento que diz que não devemos nem tentar. Restringir qualquer elemento de DeFi, pelo menos a nível de protocolo, é introduzir centralização e pontos únicos de falha, assim matando a inovação principal fingindo que a está protegendo.

Porém, “descentralização” é um conceito amplamente incompreendido. Não é, primeiro, uma questão binária: um projeto não é ou “descentralizado” ou “centralizado”. Descentralização encontra-se em um espectro. Um nó em uma “rede” blockchain é centralizada; Bitcoin, com milhares de nós em sua rede, é tipicamente considerada descentralizada. Em qual ponto se encontra o limite entre centralizado e descentralizado? 10, 100, 1.000 nós?

Em segundo lugar, existem diferentes tipos de descentralização. Uma rede blockchain pode ser descentralizada, mas sua infraestrutura de mineração pode não ser, especialmente se algumas poucas pools compõem 51% da hashrate. Se existem poucas corretoras ou poucos desenvolvedores ativos, estas também são formas de centralização e pontos de potencial vulnerabilidade.

Recentes falhas de descentralização em DeFi

Temos visto outras formas de centralização e falha no espaço DeFi nas últimas semanas, sugerindo que uma proporção significante de DeFi não pode ser considerada descentralizada de verdade.

Pelo menos dois projetos recentes de DeFi (um sendo uma bifurcação do outro e claramente desenhado para apelar para “plantadores de rendimentos”, prometendo ganhos improváveis), incluem uma função de “cunhagem infinita” (em inglês) que permite que os desenvolvedores tenham uma porta de saída do seu esquema golpista puxando o tapete de usuários quando for mais lucrativo para os devs. SushiSwap, um clone notório da UniSwap, aparentemente sofreu de uma similar porta de saída de um golpe quando seu fundador, Chef Nomi, pegou U$14 milhões do fundo de desenvolvimento – e depois devolveu no que parece ter sido remorso genuíno, ou possivelmente uma atuação teatral.

Muitos dos ‘novos’ protocolos DeFi são simplesmente clones de dApps já existentes, tornando-os parecidos com esquemas de pirâmide. É pior quanto os usuários, que colocam milhões de dólares nesses contratos inteligentes, não esperam por uma auditoria – como foi o caso da Yam Finance (link em inglês), que levou a um erro que causou que o preço do seu token fosse a zero.

A eliminação sem piedade de centralização

DeFi não é DeFi quanto contém qualquer um dos pontos de falha mencionados acima. “Descentralização” é muito mais do que blockchain. Usar uma blockchain e contratos inteligentes é um requisito básico para DeFi: necessário porém não suficiente.

Nenhum protocolo pode ser considerado centralizado se inclui portas traseiras, tanto construídas deliberadamente (e.g. “função de cunhagem infinita da Yuno), quanto portas que existam inadvertidamente (e.g. o erro na Yam Finance). Não são descentralizados se desenvolvedores individuais ou pequenos grupos controlam grandes quantidades dos fundos, já que a perda ou roubo desses fundos destruiria o projeto.

Descentralização adequada desde o princípio pode ser impossível, mas o que importa é que centralização desnecessária – em todas as suas formas – seja eliminada o quanto antes.

É isso que Ergo está tentando fazer: Construir aplicações descentralizadas em uma infraestrutura de blockchain descentralizada, com uma comunidade de desenvolvedores forte e independente, contratos inteligentes que são seguros de executar e fáceis de auditar, e usando assinaturas conjuntas customizáveis para proteger fundos de posse da comunidade.

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